O plano original
Em todas as fases da vida, é bom sempre fazer uma reflexão sobre os princípios que conduzem a nossa caminhada. Devemos verificar se estamos trilhando o Caminho eterno – alicerçado em Jesus Cristo, a Pedra fundamental da nossa fé – ou se pegamos algum atalho atrativo rumo à porta larga, o qual nos leva à perdição. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem (Mt 7.13,14). Ainda que tenhamos nos desviado de algum trajeto estabelecido por Deus, devemos nos arrepender e voltar à vereda antiga com a ajuda do Espírito Santo. Assim diz o Senhor: Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas [caminhos estreitos], qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos (Jr 6.16). O plano original Para conhecer esses princípios eternos, os quais regem nossa vida até hoje, estudaremos os capítulos 1 e 2 de Gênesis. O capítulo 1 relata a criação divina detalhadamente. Nele, a Bíblia descreve que tudo o que Deus fez é muito bom! Céus e terra, mar, vegetação, animais e o ser humano. Adão foi o primeiro homem criado, com uma capacidade intelectual formidável. No jardim do Éden, Adão mantinha diariamente a comunhão com Deus na viração do dia (Gn 3.8). Naquele lugar, ele manifestava sua adoração ao Criador. Adão tinha hábitos saudáveis. No entanto, hoje, vivemos na era da indústria alimentícia, que, se por um lado facilita nossa vida, por outro, usa substâncias não tão saudáveis, como o sódio. Isso sem falar no conforto da tecnologia, que tornou parte da sociedade sedentária. Precisamos nos libertar e voltar a ter hábitos saudáveis, pois tudo o que Deus fez é muito bom! O primeiro casal Após algum tempo, o Criador viu que não era bom que Adão estivesse só. Por esse motivo, Deus criou Eva, a ajudadora do homem, formando o primeiro casal (Gn 2.18-25). Diferente de Adão, criado do pó da terra, Eva foi formada do próprio Adão. Isso não ficou registrado à toa, mas para entendermos que a mulher não seria independente do homem. Ela o ajudaria, já que eram uma só carne, conforme afirma a Palavra: E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada (Gn 2.22, 23). Outro detalhe importante: Deus não tirou um osso do pé de Adão para formá-la, senão, o homem poderia, em algum momento, querer pisá-la, machucá-la, humilhá-la. O Criador também não formou Eva a partir de um osso da cabeça, para que ela não quisesse competir com o marido, querendo mandar nele ou sentindo-se superior a ele por causa de suas habilidades. A mulher foi feita de uma das costelas de Adão, para estar lado a lado com ele, ajudando-o em todo o tempo. Bem diferente do que muitos casais estão vivendo nos dias de hoje. É tempo de voltar ao padrão estabelecido por Deus, para que o casamento seja muito bom! O poder de decisão Adão e Eva experimentaram 100% dessa perfeição em todos os aspectos. Esse é o padrão de Deus para todo casal. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra (Gn 1.28). Para que o relacionamento deles permanecesse inabalável, tanto com Deus quanto entre si, era necessário que Adão e Eva obedecessem a uma única ordem: E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16,17). O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, tendo a liberdade de fazer suas próprias escolhas, ou seja, o livre-arbítrio – a capacidade de tomar decisão. Embora esse atributo nos deixe à vontade para decidir algo, ele também nos traz responsabilidade. No entanto, se estivermos ligados a Deus, teremos a direção correta e alcançaremos a benção do Criador. O primeiro casal levou à risca a ordem divina de não comer do fruto proibido. Porém, em um momento de fraqueza, Eva foi tentada a seguir o que seus olhos cobiçaram e seu intelecto desejou. Ao desprezar a orientação de Deus, a mulher decidiu desobedecer ao seu Criador. E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais (Gn 3.6-7). Logo após comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Eva o ofereceu a Adão, o qual também decidiu desobedecer a Deus. O resultado foi a morte espiritual da humanidade. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás (Gn 3.16-19). Adão e Eva não puderam mais morar no jardim do Éden, onde tinham tudo sem sacrifícios. Agora, eles teriam de trabalhar duro para sobreviver, pois, quando desobedeceram ao Criador, perderam certos privilégios. Dores e sofrimento passariam a existir. Contudo, o maior prejuízo era perder a comunhão com o Senhor. Como um vírus altamente contagiante, o pecado da rebelião e independência de Deus atingiu o que Ele mais amava: a família. Após ter acesso ao bem e o mal, a primeira família da terra experimentou uma terrível tragédia: Caim mata Abel (Leia Gênesis 4). Imagine a dor de Eva ao ver a destruição dos próprios filhos. O “pecadinho” deve ter passado em sua mente como um filme: sua desobediência a Deus, o marido comendo do fruto proibido oferecido por ela mesma. Agora, o conhecimento do mal se alastrou pelo coração de Caim, seu filho. Eva não tinha sido criada para ajudar Adão? Como deixou sua principal missão? É esse o resultado de ceder à tentação, de agir por conta própria, de cobiçar, de abrir a porta para o pecado. Desde o ato inconsequente de Eva e Adão, a maldade do homem e a sua imaginação tomaram proporções cada vez maiores. A situação chegou a um nível tão devastador que Deus se arrependeu de ter criado o homem. Após o dilúvio, o Senhor determinou que os dias do homem sobre a Terra não passariam de 120 anos (Gn 6.1-6). Embora o homem tenha errado, Deus não desistiu de sua criação. Glória a Deus! Por Christiane Postigo.